sábado, 8 de novembro de 2008

Alice Braga: "Ser dirigida pelo Marco Ricca é muito especial"

Alice Braga atuou em blockbusters como "Eu Sou a Lenda", na co-produção Brasil, Japão e Canadá "Ensaio Sobre a Cegueira" e também em importantes produções locais, como "Cidade de Deus" e "Via Láctea". Neste último filme, atuou ao lado de Marco Ricca, por quem foi convidada a interpretar Eliane, personagem de "Cabeça a Prêmio", seu primeiro projeto como diretor. Alice conversou com exclusividade com UOL Cinema e contou como foi trabalhar sob a direção de Ricca.

O que você achou do Marco no papel de diretor?

Engraçado, é a primeira vez que um ator me dirige no cinema. Estou achando maravilhoso porque o Marco já fez muitos filmes, já dirigiu teatro. Ele tem muita noção de set, não só por causa do cinema, mas por causa da televisão. Ele sabe muito, entende muito de câmera, de posicionamento, da linguagem do cinema, mas também de atuação. É um grande ator. E isso é muito especial, principalmente para quem é ator, porque além de ser um diretor que sabe conduzir uma cena de cinema, ele sabe sobre a emoção do personagem, como desenvolver essa emoção e em que momento da história, o que é muito lindo. Eu estou achando incrível porque eu sempre fui fã do trabalho dele e estar nessa posição dele me dirigir está sendo muito especial. Eu quis muito fazer o filme para estar com ele e para aprender, não só como atriz, mas também como pessoa, porque eu o admiro muito.

Como foi o dia-a-dia das filmagens?

Muito legal porque as pessoas neste projeto ficaram muito amigas. Um projeto para ser leve e prazeroso precisa muito do diretor, e o Marco tem essa energia, ele gosta de gente. Ele sempre brinca que não gosta de cinema, gosta de gente. O que importa são as pessoas, não o filme. É uma energia tão boa. Estamos juntos há quase três meses, fomos juntos para o Mato Grosso do Sul, Bolívia, e agora [estamos] aqui em Paulínia. Formou uma unidade tão linda, um cuida do outro. Traz uma leveza que ajuda muito na hora de fazer a cena, na hora de contar a história. Um ponto positivo do filme é a união da equipe.

Como você se preparou para fazer sua personagem, Eliane?

Me baseei muito no livro, li e reli várias vezes. Li e reli o roteiro várias vezes e colei no Marco, a gente conversou muito. Quis entender o que ele queria dela.

Quais as principais diferenças entre filmar no Brasil e em outros países?

Fazer cinema é igual no mundo inteiro, seja um filme pequenininho de baixo orçamento ou um filme maior: é a câmera, os atores, a equipe. É uma equipe que se une para junta contar aquela história. A diferença de filmar no Brasil, principalmente depois de ter feito esse filme, eu penso muito nisso, é o lidar da equipe. Porque é nosso jeito brasileiro. Somos muito carinhosos, muito amigos, muito generosos, principalmente quando filmamos fora de casa. Isso faz muito da equipe uma família e nesse filme teve isso. Fora do Brasil, as pessoas também ficam amigas e formam uma família. Mas não dessa maneira, porque o povo brasileiro é muito caloroso. Mas de resto fazer cinema é igualzinho.

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